A procissão entrou no adro

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Carlos Marques

 No final duma intensa luta ideológica, a Plataforma Laboral e Popular encarrilou no caminho que conduz a uma estratégia revolucionária.

 Por se ter definido como linha de massas ou frente de massas, a Plataforma Laboral e Popular adoptou o modelo da flexibilidade orgânica. A PLP caracteriza-se pelo trabalho que vai desempenhar e abandona a prática do chauvinismo de siglas – esse culto estúpido do próprio umbigo, embrutecedor e auto-suficiente, pasto para o crescimento duma paisagem política onde há mais chefes que índios.

 Sem superar isto, o campo revolucionário nascente não conseguiria resolver as suas contradições internas pela prática. A PLP rompe com toda essa ganga, propõe-se fazer o trabalho ao nível de massas e deixa aberto o campo revolucionário à emergência de organizações que façam o trabalho que ela não tem capacidade para fazer.  

 Por ter recuperado a figura de Francisco Martins Rodrigues como grande vulto do marxismo em Portugal e ao mesmo tempo ter a capacidade emocional e racional de fazer a crítica às insuficiências da sua actuação teórico-prática. A PLP reivindica a figura do Chico e quer recuperar o melhor do trabalho do Chico. A PLP é essa ruptura com a degenerescência do movimento ML, que não soube fazer a ruptura completa com o liquidacionismo do XX Congresso do PCUS. Mas somos isso e muito mais. Vamos demonstrá-lo na prática.

 Por ter derrotado o teoricismo e as lógicas esquemáticas e doutrinárias, a PLP vai para o terreno e reconcilia a linha revolucionária com a prática. A PLP não aceita desperdiçar as energias duma nova vaga e duma nova geração que tem sede de combate, mesmo não tendo ainda completa dimensão do processo.

 Por ter derrotado o reformismo orgânico e estratégico e por ter depurado a organização dos elementos mais degenerados desta corrente, a PLP larga à beira da estrada uma mochila muito pesada, cheia de rancores pessoais. Queremos levar dentro da mochila apenas os instrumentos necessários para o caminho.

 Sem ter depurado estes elementos degenerados, qualquer tentativa de superar as limitações da fase anterior seria vista como uma crítica à história pessoal de militância de cada um deles. O reformismo é o sofá confortável onde eles se sentam a recordar os melhores anos das suas vidinhas. Não lhes perdoamos isso!

Por ter combatido o liberalismo no seio da organização, por ter imposto critério de disciplina revolucionária, de exigência, de entrega e de compromisso, a PLP eleva o nível qualitativo de todo o colectivo. A PLP não tem medo de chocar com as insuficiências de todo e cada um dos seus militantes, de praticar de facto a crítica e a autocrítica.

 Por tudo isto, é hoje claro como água que o lugar da militância revolucionária, aos vinte de maio de dois mil e dezassete, é a Plataforma Laboral e Popular. O campo revolucionário encontrou a ponta do novelo por onde puxar.

 Os dados estão lançados, a procissão entrou no adro.  Já não há desculpa para comunistas fora de fileiras. O caminho agora é em frente, com audácia e com coragem!

 Contem connosco!

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